Ameaça do “velho normal” vai marcar 2022
Vai haver uma “Grande Renúncia” no Brasil? Provavelmente não, pelo menos por enquanto.
Um olhar para as forças que estão mudando a forma como trabalhamos e os caminhos para nos mantermos relevantes em meio à transformação
Como injetar agilidade na aprendizagem corporativa, tornando-se um curador da sua educação profissional, da qualificação da sua equipe e de reinvenção da sua empresa, com a lógica do coquetel de competências
No último domingo, dia 3 de maio, Clara Cecchini e eu pusemos o ponto final no livro que escrevemos em parceria. O texto agora está com o editor Tito Montenegro, sócio da Arquipélago Editorial, casa que editou meus três livros anteriores e vai lançar o novo também. Em breve.
Cobrimos um bocado de terreno neste trabalho. Partimos de um olhar para o futuro, até onde a vista alcança, discutindo utopias e distopias da era digital. Contrapondo os tecno-otimistas aos tecno-catastrofistas. Apontando a aprendizagem como construtora de futuros. Olhar para esses dois extremos é útil para ajustar a vista e focar naquilo que hoje parece concreto: o realismo de médio prazo. Esse futuro não tão distante, que já foi chamado de “A Era do Espanto”, promete trazer oportunidades quase inacreditáveis em áreas como saúde (apesar do presente sombrio), produtividade e trabalho. Uma de suas características, porém, tende a ser o que podemos chamar de desigualdade nas sociedades pós-trabalho. Um momento histórico, apontado por pensadores relevantes como inevitável, em que surgirá uma classe não-trabalhadora. Indivíduos sem a qualificação mínima necessária para encontrar uma atividade produtiva remunerada.
Para avaliar ameaças, desafios e oportunidades, é importante compreender as forças que estão mudando a forma como trabalhamos. Os motores da mudança. A começar pela inteligência artificial. A entrada em cena das máquinas inteligentes começou faz tempo. Os robôs de escritório já estão entre nós. Não se trata, porém, de um desembarque de humanoides. Robô de escritório é um software de automação de tarefas repetitivas. De contabilidade, muitas vezes. De RH, também. A entrada em ação gradual de algoritmos que substituem o trabalho de gente de carne e osso, começando pelas atividades mais banais, tende a gerar uma falsa sensação de segurança em profissionais mais qualificados. No médio prazo, porém, quase não haverá áreas de atuação “seguras”. Ou seja, livre das máquinas com capacidade cognitiva.
Aparar desde já as arestas da relação humano-máquina é, portanto, um desafio individual e coletivo dos mais relevantes neste momento de transição em que avançamos rumo ao custo marginal zero, que exigirá um novo modelo de capitalismo, e consolidamos a Indústria 4.0.
Levantado este pano de fundo e ajustadas as luzes do cenário, apresentaremos o conceito crucial de nosso livro, de “aprendiz ágil”. Vivemos hoje, e viveremos muito mais no futuro, num ambiente de informação a céu aberto. Organizar o conhecimento neste contexto de abundância implica dominar as novas gramáticas da aprendizagem. Uma aprendizagem ubíqua, ou seja, que está em toda parte. Manter o foco naquilo que realmente nos interessa em um mundo em desorganização, exige discernimento e alguma abertura para lidar com o novo e o inconstante.
É nesse contexto que se dão as inovações em experiências de aprendizagem. Que passam, sim, por um novo jeito de aprender tecnologia, mas vão muito além disso. Neste sentido, nosso livro é uma espécie de manifesto por uma aprendizagem ágil. Que valoriza um coquetel de competências. Que deve estar disponível sob demanda. A inteligência artificial está aterrissando na educação – e mostramos no livro uma experiência brasileira. Estamos atrasados, porém.
Além dos hard skills, tão ou mais necessários do que no passado, teremos de desenvolver competências profissionais relacionadas a emoção e criatividade. Neste processo de aprendizagem deliberada, com o conhecimento em transformação, uma das palavras-chave é “curadoria”. É dessas e de outras estratégias de aprendizagem que trata nosso livro.
Estamos ansiosos para compartilhar tudo isso que aprendemos ao longo desta jornada.
Vai haver uma “Grande Renúncia” no Brasil? Provavelmente não, pelo menos por enquanto.
“Não faz sentido para uma academia corporativa oferecer competências do futuro listadas pelo Fórum Econômico Mundial. As pessoas têm dificuldade para tangibilizar esse tipo de conhecimento.”
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